segunda-feira, 18 de março de 2013

AMOR CIGANO

Entre tendas, músicas cartas e danças.
A exótica vivenda nômade cigana.
Encontrei a jovem linda de longas tranças.
Me cativou sua postura garbosa e soberana.

Seu olhar encontrou o meu e o amor brotou.
Intenso, impossível devastador.
Entre panos cartas e predições vingou.
Ciganas manhas sutis carícias de amor.

Das diferentes maneiras de viver.
Provamos as delícias de amar.
Sem preconceitos, apenas querer.
Amor sem pátria sem leis e sem lar.

Apenas por testemunha o céu, véu estrelado.
Juntos vivendo um sonho profano.
Queria para sempre viver a seu lado.
O destino me impediu de ser cigano.

Morreu sem me pedir licença.
O destino de seu corpo nem sei.
Não falam de sua lei ou sua crença.
Me levaram Samara, cigana que amei

Nem sei se morreu de fato
Ou apenas foi-me arrancada
Por algum arbitrário ato.
Alguma sanha malvada.
LAURO WINCK

SER CIGANO..!!!

Ser Cigano

Fogo, música, dança, alegria, sedução, paixão.
Ser cigano é
 Percorrer esta estrada sem se prender a nenhuma estação.
Ser cigano é
 Acender uma fogueira no próprio coração 
Para dançar a vida com magia,coragem e paixão.
Ser cigano é 
Brincar com fogo sem se queimar.
Ser cigano é
 Beber vinho sem se embriagar.
Ser cigano é 
Se apaixonar sem se aprisionar.
Ser cigano é 
Sempre dançar sem, jamais tropeçar.
Ser cigano é 
Cantar as palavras do seu coração com beleza, força e sedução.
Ser cigano é 
Sempre estar atento para ver em que direção vai soprar o vento.
Ser cigano é
 Nunca temer a liberdade do risco de viver.
Ser cigano é 
Aceitar a vida como uma melodia que, como tudo, tem seu princípio, meio e dia.
Ser cigano é 
Saber seduzir, sem se seduzir pela própria sedução.
Ser cigano, 
Enfim é ser humano e brilhar assim mesmo."

Aiyan Zahck

SAUDADES DELA..!!

As estrelas olhando, me chega a saudade,
De quando juntinhos olhávamos pra elas,
Pedem de volta meus olhos essa felicidade,
Ora suplicantes, doídos, da minha janela!

Fortes rastros deixou ela em meu coração,
Em minha alma, aquele melancólico vazio,
Não mais suporto viver essa minha solidão,
Do seu amor sinto falta, desnudo, sinto frio!

Sonhando, me perco em olhares, distantes,
Pelo tempo, a procurando, a cada instante,
Só quero tê-la aqui, não só as lembranças!

Somente por um momento gostaria de vê-la,
Muito linda e maravilhosa junto às estrelas,
Meu coração atendendo e minha esperança!
“Poesias do Poeta Cigano”

ETERNOS NAMORADOS




Poeta Cigano

Recordo-me de você, de outrora,
De quando pela primeira vez a vi,
Seus olhos brilhantes, tais, agora,
E, com um intenso amor, sem fim!

O tempo passou e, ficou para trás,
Mas esse nosso amor se eternizou,
E infinitas carícias de quero mais,
É tudo como dantes, nada mudou!

Idosos, eternos jovens namorados,
De décadas de amor, apaixonados,
E, o que mais poderíamos, querer?

Juntos somos, presente e, passado,
Eternos no amor e sempre amados,
Nesse amor que nos impulsiona viver!!!!!
“Poesias do Poeta Cigano”
Poeta Cigano

Em seu coração, eu me vejo,
Nesse amor, que ali persiste,
Ah! Como a quero, a desejo,
Mais lindo amor, não existe!

Gosto de junto estar, de você,
Abraçadinho, sentir seu calor,
E sempre ao seu lado, me ver,
Sussurrando, coisas de amor!

Ser o amor de todo momento,
Seu, como é o do sol e, a lua,
Mais feliz homem desse tempo,
Com a alma abraçada, à sua!!!!!
“Poesias do Poeta Cigano”
Poeta Cigano

Como me é aprazível, a chegada da aurora,
Nesse instante vindo, no meu, amanhecer,
O tédio descortinando, que ora, me devora,
Num momento que fadado estava a morrer!

Solidão essa que pouco a pouco me definha,
Talvez, esse dia, me traga novas esperanças,
Será que ouviu a aurora, as preces minhas,
Pra acabar de vez minhas tristes lembranças?

Ainda, as lágrimas correm, em meu interior,
E a minha alma se sente nua, frágil e, vazia,
Como podemos apagar seus rastros de amor,
Se há uma acesa chama que nela vive e vivia?

E, essa doentia febre, que se chama, paixão,
Que a tudo resiste e, só ali quer permanecer,
Ou, será que não sabe ela, que um coração,
Tão só de esperanças e ilusão não pode viver?

Hoje, sou como uma fruteira sem o seu fruto,
Estéril, carente, que, a sós no campo, padeço,
Será que me é perdida essa batalha, que luto,
E, nessa vida de solidão viver eu mereço?
CARLOS RIMOLO

LUA


Lua, 
Luar de prata a inundar o céu.
Lume celestial, bola celeste.
Satélite terrestre. Capitã dos mares,
proprietária das regras feminis.

Vaga em sua falsa solidão,
pois que comunga com as estrelas.
Prata a ver o azul da bola terrestre,
dona do horizonte noturno.

Enfeita como jóia rara as cordilheiras,
brinca de intimidade quando se faz perto.
Finge-se de saudade quando vai ao longe,
mas é sempre presente, mesmo quando oculta.

Toma de empréstimo a luz solar
e brilha diferente, no seu tom.
Dona da noite, posseira dos corações,
deusa e musa das poesias.

Sua beleza tem perfil das fêmeas da terra.
É brilho atraente como os olhos da musa.
É dama que gosta da noite, e só espia o dia.
Convida o despertar dos perfumes nos jardins.

É madura, com o saber das mulheres sábias.
É menina que desperta a paixão nos meninos.
Lua do dragão, do Santo Guerreiro,
dos príncipes encantados das apaixonadas.

É dona das lendas, é nórdica e africana.
São suas filhas, as fadas e ninfas.
São suas meninas, Iansã e Iemanjá.
Pactua com todas as fêmeas da Terra.

Deusa de luz curativa, mãos de luzes.
Guardiã do portal do céu.
Medianeira da Terra e do Universo,
mãe e filha do Planeta das Águas.

Pequena jóia, mas de raro poder,
comunga com a fertilidade,
avisa a primavera, nutre todas as estações.
Flor do céu, convite ao questionamento.

Dona dos risos e dos choros,
pois que abençoa e ilumina as lágrimas,
transforma-as em gotas de cristais,
posseira dos sentimentos e emoções.

Por hoje, por ontem, pelo amanhã,
Nova, Crescente, Cheia e Minguante.
Para todo o sempre 
a iluminar as efêmeras flores.
GILBERTO BRANDAÕ

PARTE DE MIM

É  grande a distância,
mas teu ser haverá de me acompanhar,
tua presença estará a cada momento,
pois que parte de mim tem algo de ti.

Vejo teus gestos, teu olhar me observa.
E meus olhos vivem a te acompanhar.
Finges não me ver, finjo não te olhar,
mas eis que estamos acolhidos no coração.

Necessário ter tua essência em meu ser,
essencial ter as vistas de tua razão,
pois me fazes falta, 
tanto quanto anseias por mim.

Estar é o que basta, mas saudade não tem juízo,
quer sempre mais, quer contínua presença,
quer tua voz, mesmo que a falar superficialidades,
isso pouco importa, pois tua interioridade é minha.

E então, falar é mera desculpa para estar junto.
Sei lá qual é o assunto, este pode até atrapalhar.
O suficiente está no calor de teu colo feminil,
o inevitável está nas carícias de tuas delicadas mãos.

O melhor de tudo pode estar no simples,
e o sublimado está acima dos fugazes prazeres.
O silêncio pode ter mais entendimento
do que o agitar caótico das palavras.


Não trocaremos, portanto, alianças,
mas a posse de nossos corações.
Te darei inquietação e receberei paz,
te oferecerei paixão e retribuirás com amor.
GIBERTO BRANDÃO