Poeta Cigano
Como me é aprazível, a chegada da
aurora,
Nesse instante vindo, no meu, amanhecer,
O tédio descortinando, que ora, me
devora,
Num momento que fadado estava a morrer!
Solidão essa que pouco a pouco me
definha,
Talvez, esse dia, me traga novas
esperanças,
Será que ouviu a aurora, as preces
minhas,
Pra acabar de vez minhas tristes
lembranças?
Ainda, as lágrimas correm, em meu
interior,
E a minha alma se sente nua, frágil e,
vazia,
Como podemos apagar seus rastros de
amor,
Se há uma acesa chama que nela vive e
vivia?
E, essa doentia febre, que se chama,
paixão,
Que a tudo resiste e, só ali quer
permanecer,
Ou, será que não sabe ela, que um
coração,
Tão só de esperanças e ilusão não pode
viver?
Hoje, sou como uma fruteira sem o seu
fruto,
Estéril, carente, que, a sós no campo,
padeço,
Será que me é perdida essa batalha, que
luto,
E, nessa vida de solidão viver eu
mereço?
CARLOS RIMOLO
Nenhum comentário:
Postar um comentário